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Manoel da Costa Lima: cantando a terra de Morena bonita que nunca lhe fez o mal

Quando o fotógrafo Celso Brandão nos contou sobre a Ilha do Ferro, foi logo dizendo aos músicos da trupe, Viquitor e Bruno, que levassem seus instrumentos e fizessem uma visita ao poeta popular e tocador de oito baixos, Manoel da Costa Lima. Costinha, como assina seus cordéis, é pai de Aberaldo, um dos artesãos mais conhecidos na Ilha. Sobre sua história, sabemos que fazia barcos e sua habilidade com a madeira inspirou o filho a ser escultor.  No primeiro encontro que tivemos com Aberaldo, perguntamos sobre seu pai. O filho comentou que o irmão também é músico e toca muito bem gaita, mas que o pai estava em luto, com a recente perda da esposa, e não tocava mais o oito baixos há uns dois anos. Sentimos a tristeza da ausência da mãe e nos atemos a poucas palavras sobre o assunto.  Fachada de luto da casa de Manoel. Na volta de Mata da Onça, uma região próxima à Ilha do Ferro, onde fomos conhecer um jovem artesão, nosso amigo e guia Dedé nos recomendou dar uma paradinha na “boca do …

Petrônio e Yang: pai e filho esculpindo imaginários

Na estrada para Ilha do Ferro, Alagoas, avista-se o sítio Estrelo onde as obras de José Petrônio Farias dos Anjos são enfileiradas já no caminho de entrada para dizer: “bem vindos, aqui mora um artesão”. Ficamos na vontade de parar, mas só no retorno a Pão de Açúcar fomos fazer a visita. É ele quem acena para a gente entrar com um largo sorriso no rosto: “vocês passaram por aqui na segunda, não foi? eu avistei vocês”. Logo abre sua casa e mostra seu trabalho: cadeiras, bancos, mesas. Aprendeu com Mestre Fernando Rodrigues, já falecido artesão da Ilha, famoso por suas cadeiras de troncos retorcidos, importante incentivador de todos a fazer arte com a madeira. Petrônio conta que recebeu, certo dia, um desafio de Seu Fernando: “faça-me ex-votos de encomenda”. Pois fez e não parou mais.  O fantástico mundo das esculturas de Petrônio Farias. Gosto de tudo que vejo mas fico mesmo é curiosa com suas esculturas da entrada. Bichos de duas cabeças, olhos arregalados amarelados, dentes afiados, corpos retorcidos, cílios grandes, boca vermelha de sangue. “Minha arte é difícil de vender por que …