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Reisado de Caretas, por Samuel Macedo

Esta semana convidamos o fotógrafo cearense Samuel Macedo para colaborar com nosso Diário de Bordo. Conheci Samuel em Rio Acima (MG), visitando uma exposição do Infâncias, projeto do qual ele participa. No Andarilha, ele compartilha um pouco sobre o seu processo criativo para fotografar o Reisado de Caretas através de palavras, imagens e até áudios contando um pouco mais sobre suas histórias: “Eu sou cearense e, de menino, convivo com manifestações culturais como esta. Há alguns anos registro e acompanho o caminhar dos mestres e de suas brincadeiras. Comecei a fotografar ainda quando criança. Meu avô tinha uma oficina de onde saiam as coisas mais legais que já vi na minha vida; um monte de invenção que ele fazia. Uma dessas invenções, a que mais me chamava a atenção, era a câmera escura. Por conta dela, comecei a ter vontade de fotografar.   Às margens da Lagoa do Sassaré, por volta da década de 1930, já se tinha notícia dos brincantes do Reisado de Caretas. É como contava Dona Neuza, mãe de Antônio Luiz, atual mestre do grupo de caretas do sitio Sassaré. Fotografo o grupo há 3 anos. Sempre que vou ao Cariri, passo na …

Selma Maria: “o meu território sou eu”

Conheci Selma pesquisando sobre gambiarras. As tais gambiarras que não se definem no dicionário mas no cotidiano brasileiro de quem improvisa para criar, de quem coleciona cacarecos e reinventa objetos, de quem tem muita história para contar. Essa é Selma. “Tridimensional”, descreveu uma amiga em comum. Difícil um texto e fotos transmitirem seu jeito ambulante de viver em poesia. Vou arriscar. Ela me disse que tudo começou assim, de ver seu pai de chinelo, olhando para os próprios pés, cabeça baixa, com o ouvido colado no rádio, escutando um jogo do Palmeiras. Herdou a paixão pelo futebol. Herdou a mania de colecionar chinelos. Herdou a busca constante pelo que ela chama de “homens rústicos”, esses que vão em busca de lhe ensinar como fazer um brinquedo. Na tentativa de dar respostas às minhas perguntas, Selma entende muito sobre suas próprias andanças, sobre as suas pesquisas sobre brinquedos pelos sertões brasileiros, sobre suas coleções de objetos cotidianos, sobre sua paixão por palavras, poemas e livros, sobre sua vida para contar histórias. Seus carrinhos de exposições ambulantes Seu pai …