Todas as publicações com a tag: Fotógrafo brasileiro

Encantados, por Ricardo Teles

Nascido em Porto Alegre, Ricardo Teles trabalha como fotógrafo independente para publicações como as revistas alemã Der Spiegel e National Geografic Brasil, pela qual recebeu por duas vezes o  prêmio Best Edit de melhor reportagem internacional (2013 e 2015). Foi pesquisando sobre patuás, que cheguei até o seu trabalho e o ensaio “Encantados”. É um prazer recebê-lo no Andarilha para falar sobre suas andanças pelo Brasil: • O que te levou a fotografar as celebrações afro-brasileiras? Por que o nome Encantados? Encantados é um termo usado em um religião peculiar do Maranhão, o Terecô. Significa estar sob efeito de encantaria, de um ente espiritual. Acho que isso se aplica bem para o estado de espírito das pessoas que participam das celebrações afro-brasileiras de maneira geral. É uma busca pela ancestralidade, de um significado a existência. Extraídos a força do seu meio social e natural; condenados a dispersão e a mistura, mercadejados e vendidos, os africanos encontravam-se diante de uma situação limite quando foram trazidos para cá. Foram trezentos e cinquenta anos de escravidão negra no Brasil; …

Exposição Ver do Meio, por Pio Figueiroa

Andarilha é sobre caminhos e percursos. Por isso, abrimos um espaço para integrar todos aqueles que querem compartilhar suas andanças e processos criativos para fazer um filme, uma foto, um documentário, um livro, uma comida, uma música: arte.  Começamos o Diário de Bordo com um relato do fotógrafo Pio Figueiroa, que trouxe o seu estado de Pernambuco para São Paulo e a presença (de volta) à fotografia:  “No próximo dia 27 de maio, entra em cartaz a exposição Ver do Meio, um trabalho de Nelson Brissac, que provocou três fotógrafos a apreender uma cidade que “não se dar a ver”. Faço parte desse grupo ao lado de Arnaldo Pappalardo e Mauro Restiffe e a exibição acontecerá no Instituto Tomie Ohtake. Relacionando uma percepção de São Paulo com um procedimento artístico, eu recomeço. Há pouco mais de uma década, constituí um coletivo, a Cia de Foto, que cumpriu sua trajetória e a concluiu em 2013, término que me devolveu algo irredutível: sou um fotógrafo criado na prática, na rua, na construção de cenas que obrigam presença. O modus operandi daquele tempo …