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“É muito interessante a descentralização da produção cultural no Brasil”, Maureen Bisilliat

Era uma manhã de segunda feira quando fui convidada a acompanhar uma entrevista com Maureen Bisilliat, artista conhecida por sua importante contribuição à fotografia brasileira. Para a minha surpresa, Maureen topou prolongar a conversa e falar para o Andarilha, contando um pouco sobre suas mais recentes andanças; sem querer muito visitar o passado, mas sim curiosa, atenta às mudanças, vivendo o agora. Nos encontramos onde o antropólogo Darcy Ribeiro lhe deu a tarefa de caminhar pelo Brasil e por alguns países como Peru, Equador, Bolívia, Guatemala e México em busca de construir o acervo do Pavilhão da Criatividade, no Memorial da América Latina, em São Paulo. “O Darcy nos escolheu: eu, Jacques, meu marido, e o arquiteto Antonio Marcos Silva. Naquela época, viajávamos por estradas muito ruins; quanto mais difícil era o caminho, melhor, mais aventura, mais apreço às peças compradas. A ideia surgiu pois eu tinha feito muitas fotos para as revistas em lugares bem distantes e eu abria os caminhos para as pesquisas”. Fotos da série “Bumba-meu-boi na Festa de São João” (1978). Acerco …

Quadrado Brasília, por Carolina Nogueira

Esta semana convidamos a jornalista brasiliense Carolina Nogueira para colaborar com nosso Diário de Bordo. Carol é quem troca palavras e rabiscos comigo por cartas, cartões, e-mail e até um livro sobre a história de vida de nossa avó. Por aqui, ela conta sobre a criação do Quadrado, um blog onde escreve sobre andarilhar pela própria casa, em busca de uma nova Brasília para chamar de sua: Você faz as malas, arruma um apê e vai. Mudar de cidade é assim: um liga-desliga. Até ontem era ali, a partir de hoje, pronto: você tem um CEP do outro lado do mundo. Mas viver em outro lugar – isso leva tempo. Cinco anos depois e eu finalmente vivia em Paris. Cinco anos depois e eu sabia francês, eu tinha amigos, eu sabia exatamente onde estava – estava em casa. Cinco anos que passei abrindo janelas: virei mãe, integrei um segundo idioma que agora dava o ritmo das minhas melhores leituras e da minha produção acadêmica, voltei a desenhar, comecei uma psicanálise. Cinco anos que passei indo. Eu não sabia mais …