“Meu movimento de autoexílio busca por compreender o aqui”, Eliza Capai
Ouvir a voz doce de Eliza é se deliciar com suas histórias e se inspirar na sua pessoa de coração inteiro, mesmo quando partido. Inteireza é a palavra. Imagino que, este movimento de estar totalmente presente por onde anda, traga muitos questionamentos, conflitos, angústias. Mas sinto que é o seu jeito de ser – em si. Nunca antes uma entrevistada me ensinou tanto sobre esse estado que busco: ser andarilha. Não só pelos seus deslocamentos físicos, mas pela sua vontade de se conhecer através do outro. Seja aqui, no sertão, do outro lado do mundo. Aliado a isso, Eliza transborda todas as fronteiras para aquela que a muito inquieta: a do gênero. Que prazer poder abrir essa Semana Especial Andarilha com sua voz, Eliza: A: Você se apresenta como uma documentarista itinerante. Como jornalista, de onde vem a sua paixão pelo documentário? E: Eu sou filha de fotógrafo e fui fazer curso de jornalismo. Bem no início da faculdade, eu que gostava muito de escrever comecei a ficar um pouco decepcionada de como me ensinavam …