Ambulantes, por Renata Marquez
Quando pensamos no tema Ambulante, nossa colaboradora da rede Andarilha, Anna Cunha, sugeriu entrevistarmos a mineira Renata Marquez, doutora em Geografia, professora de Análise Crítica da Arte na UFMG e autora de diversos projetos que percorrem as temáticas territórios e arte; arquitetura e geografia. Sou fã do livro de bolso Domesticidades e de uma das suas contribuições para uma das melhores revistas sobre ocupação de espaço público, a Piseagrama. Por aqui, vamos falar sobre os trabahos Atlas Ambulante, Geografias Portáteis e investigar novos sentidos para a palavra “ambulante”: Por que fazer um atlas ambulante? Há melhor cartógrafo do que uma pessoa ambulante? Um atlas pressupõe a ambulância. Entretanto, se o mapa-múndi era redesenhado a cada nova viagem dos navios quinhentistas, isso pode nos fazer pensar duas coisas: uma, que ali havia muitos mundos outros que foram recusados, combatidos; e outra, que a cartografia era uma atividade diretamente ligada ao poder. Hoje, gostaríamos de subverter a recusa e o poder cartográfico: o simples ato de andar pela cidade pode revelar-se contra-cartográfico, no sentido de ser um poder …