Sebastião Nascimento e uma aparelhagem da saudade
Fiquei curiosa para conhecer de perto Belém do Pará ao ver um documentário sobre a indústria fonográfica e o tecnobrega chamado Good Copy, Bad Copy, com o jornalista Ronaldo Lemos. A estreita relação da cidade com a música é audível a qualquer passante que esteja atento aos bikesons, às aparelhagens e às guitarradas. Foi nesse encantamento pelo som e pelo Pará que me peguei assistindo repetidas vezes ao Sonoro Diamante Negro, um vídeo que fazia parte da exposição “A Arte da Lembrança”, com curadoria de Diógenes Moura, no Itaú Cultural. O projeto tratava-se de uma inciativa de preservação de memórias de Suely Nascimento para reconstruir a vida de uma das primeiras grandes aparelhagens de Belém. O que me fisgou no trabalho da jornalista e fotógrafa paraense foi o fato que o dono do Sonoro era seu pai. Até então, eu sabia que o Andarilha seria sobre quem vive o percurso e busca inspirações em suas andanças cotidianas. Mas só ali, embalada pela música dos Bailes da Saudade, entendi que, se somos trajetória, é essencial falarmos também das heranças. E assim, nasceu esta plataforma, que resgata os sotaques e as histórias herdadas como referência para criar. Um ano …