Queridos Andarilhos,
De Angicos para Natal. De Natal para Recife. Pelo Rio São Francisco, para Minas. De lá, Brasília, Cuiabá. Desta trajetória de vida da minha avó, herdei primos pelo país. Herdei a mania de ouvir diferentes sotaques na mesma família. Herdei as longas viagens de ônibus. Herdei a vontade de ser: Andarilha.
Seguindo os passos dela, eu morei aqui e ali; viajei pra cá, pra lá. Fiz um livro sobre as suas andanças. Quando me despedi de minha avó, recebi histórias de netos apaixonados por todo o país. E o Brasil eu comecei a pesquisar através das pessoas e seu cotidiano.
Hoje, compreendo que o importante não é o destino, mas sim o percurso. Caminho para registrar, salvaguardar e difundir histórias de pessoas criativas que também buscam, em sua cultura e em suas trajetórias de vida e família, referências para fazer projetos inspiradores.
Meu mapa é o humano. No centro, estão os saberes: conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano. Como protagonistas, os criadores: atuantes na construção de uma memória afetiva comum. Minha língua, aliás, é o afeto. Meu tradutor são as diversas formas de expressão: arte, música, gastronomia, fotografia e audiovisual.
Na bagagem, o outro. Convido você para ir junto.
Você que adora conhecer pessoas pelo mundo mas não perde a conversa de portão com a vizinha. Você que, ao montar a mala, sempre vasculha as fotos na gaveta da sua mãe em busca de histórias para levar junto. Você que coleciona cacarecos como seu pai fazia e até hoje coleta vários deles por onde caminha. Você que busca inspiração na sua família, na sua história e na sua cultura para criar. Você, Andarilho.
Andarilho, pois vive o caminho. Busca, em sua família, inspiração. Em sua cultura, referência. Em si, trajetória.
Vamos juntos?
Ana
Andarilha é um projeto de Ana Luiza Gomes com o apoio de colaboradores e da Rede Andarilha. Foto: Viquitor Burgos.
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